Capítulo 37 — Apolo

A madrugada se estendia como uma linha torta no horizonte de São Paulo. O prédio estava em silêncio, mas o escritório ainda tinha as luzes acesas. Apolo não conseguia ir embora.

Os papéis continuavam espalhados sobre a mesa, as palavras do manuscrito abertas como feridas que não cicatrizavam. Ele passava os olhos pelas frases, mas não lia — apenas revivia cada uma. As cenas pareciam pulsar com a voz dela. Cada linha era um fragmento do que ele destruiu.

O celular vibrou.

Um som comum, banal. Mas o corpo dele travou antes de olhar.

Demorou alguns segundos até ter coragem de pegar o aparelho. O nome na tela era o que ele esperava e temia: Luiza.

Ele abriu a mensagem.

Poucas linhas. Frias. Diretas.

Não havia acusações.

Não havia raiva.

Era só uma decisão — seca, firme, cortante.

Ela desistia do contrato.

Nada mais.

Mas as entrelinhas gritavam.

Apolo sentiu o ar faltar. Sentiu a garganta fechar, como se o corpo inteiro tivesse rejeitado aquelas palavras.

Encostou-se na cadeira, os dedos t
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