NARRAÇÃO DE PETRINA...
Juro que, depois daquela ligação, senti-me vazia. Um tipo de melancolia morna, rasteira, que me esvaziava por dentro.
A pessoa que me criou... foi morta por alguém que eu amo. Mas não havia remorso. Tampouco arrependimento.
Só o desejo — profundo, quase infantil — de que tudo acabasse logo.
Só queria estar com quem amo. Apenas isso.
Alguém bateu à porta. Não tive tempo nem de arrumar a cama.
Andrea e Lara estavam parados diante de mim. As olheiras fundas nos rostos revelavam uma noite sem descanso.
— Bom dia. Não se preocupem, Miguel está no controle — tentei tranquilizá-los.
Andrea lançou um olhar atravessado, notando a camisa de Miguel sobre meu corpo. Abracei-me, desconfortável.
— Estão com fome? Aposto que a cozinheira já serviu a mesa — incentivei-os a seguir, mas Lara parou, inquieta.
— Meu pai está bem? E o Matias? — perguntou. Andrea também me encarou, tenso.
— Sim. Eles estão bem. Já eliminaram um.
— Por favor... diga que foi aquela vadia da Emma — Andr