NARRAÇÃO DE MIGUEL BAZZO...
Confesso: estou ansioso.
É estranho admitir isso. Sempre fui paciente, meticuloso. Dava um passo de cada vez, sem pressa de concluir. Eu apreciava o jogo... Como uma partida de esconde-esconde onde, invariavelmente, eu os encontrava.
Mas agora, a ansiedade tem nome e rosto.
Petrina.
Eu estava determinado a voltar para casa apenas depois de arrancar a cabeça da velha Emma. Mas saber que Petrina está em minha casa — que em breve será a nossa casa — me inquieta, me alucina. Tenho sede da sua pele, do peso do seu olhar sobre mim.
Num momento de pouca lucidez, naquela manhã, logo após falar com ela, peguei o celular e quase liguei para solicitar um voo de volta a Portugal. Apenas para cumprir o que reprimo há mais de vinte anos.
Desejo.
Ela me enfeitiça, me domina. Não penso em nada além de sexo. Quero vê-la outra vez com a boca em meu dedo, sugar sua língua, apertar seu corpo contra o meu.
Fugi desses pensamentos ao ouvir Matias bater na porta do meu quarto.
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