NARRAÇÃO DE MATIAS LOPES...
Estávamos confiantes demais. Eu falhei.
Até agora me pergunto como isso aconteceu.
Eu me mantinha afastado, com o rifle em punho, atento a cada movimento de Miguel — como quem protege um presidente. Vasculhei os arredores em busca de qualquer ameaça, mas não havia nada.
Silêncio. Um silêncio inquietante. Nem um ruído sequer... até vê-lo atender o telefone do falecido Dom Conti.
Tentei ler seus lábios enquanto falava com pressa, como se quisesse resolver algo antes que fosse tarde demais. Então, sem avisar, ele simplesmente caminhou até uma porta velha e a abriu.
Tentei ver o que havia do outro lado, mas seu corpo bloqueava minha visão.
Imediatamente, acionei um dos seguranças — precisava garantir a proteção de Miguel. Mas não houve tempo. Enquanto implorava para que se apressassem, ouvi dois tiros. Os pássaros voaram assustados com o som seco e fatal.
Prendi a respiração, o rifle firme em minhas mãos, até avistar a mancha de sangue surgir nas costas de Migu