Narrado por Anita
Na suave penumbra do quarto, iluminado apenas pelas chamas da lareira e pelos clarões dos raios que cortavam o céu lá fora, ele se apoiou nos cotovelos e segurou meu queixo com uma suavidade que contrastava brutalmente com a ferocidade do beijo de momentos antes.
Seus olhos, sérios e profundos, buscaram os meus. Os relâmpagos refletiam neles, e eu pude ver que ele não via apenas o meu corpo, mas a sombra que pairou sobre mim.
— Anita — sua voz era um rosnado baixo, carregado de uma compreensão que me partiu ao meio. — O que foi, coisinha pequena?
Eu não consegui falar. As lágrimas molharam meus olhos, não de tristeza, mas da terrível vulnerabilidade daquele momento.
Ele não insistiu. Não se irritou. Em vez disso, sua expressão se suavizou ainda mais. Ele baixou a cabeça e depositou um beijo suave na minha testa, depois na ponta do meu nariz.
— Não hoje — sussurrou ele, suas palavras uma promessa contra minha pele. — Hoje é só sobre você se sentir segura… Se não se se