Na manhã seguinte, quando acordo tudo ainda está vago para mim. Me levanto devagar, a cabeça ainda lateja. Olho para o lado e vejo que há uma cadeira ao meu lado, parecia ter sido usada recentemente.

Será que ele dormiu aqui, do meu lado?

O pensamento me atravessa como um raio, rápido e quente, e eu não sei dizer se isso me deixa mais confortável ou assustada. O lençol está amarrotado ao lado da cama, como se alguém tivesse se movido ali durante a noite. Meu coração pesa no peito, como se tivesse uma pedra presa dentro dele. Tento respirar fundo, mas o ar parece rasgar minha garganta.

Não lembro de ter chegado ao quarto. Não lembro de ter subido as escadas. Só lembro da boca amarga, do chão girando e do nome que saiu sem que eu percebesse: Christopher.

A dor lateja atrás dos olhos, como se alguém estivesse batendo contra meu crânio por dentro. Me apoio na cabeceira e fecho os olhos por um segundo.

Quando abro, Caio está encostado no batente da porta, observando. Ele não fala nada. Só