O dia do casamento não amanhece. Ele simplesmente acontece, como tudo naquele lugar. Sem sol, sem promessa, sem começo verdadeiro. Apenas continuidade. Quando me visto, não sinto nervosismo, nem medo. Sinto um vazio funcional, desses que servem para atravessar acontecimentos sem desmoronar no meio. As mulheres da facção não falam comigo. Ajustam o vestido escuro, quase ritualístico, como se estivessem preparando um corpo para o sacrifício, não uma noiva.
O tecido é pesado. Não há branco. Não há flores. Há símbolos bordados em linhas quase invisíveis, marcas que não reconheço, mas que sei que representam alianças de sangue e silêncio. Meu reflexo no espelho não me encara. Os olhos parecem desligados da mulher que me olha de volta. Alice ficou para trás em algum ponto entre a morte de Jim e este corredor.
Quando me conduzem até o salão interno, o ar muda. É mais frio. Mais denso. Homens armados ocupam as laterais. Nenhum sorriso. Nenhuma celebração. Apenas testemunhas. Os Seniores estão