A decisão já tinha sido tomada antes mesmo de eu sair daquela sala. Eu sabia. Sentia isso no peso do ar, no jeito como meus passos ecoavam pelos corredores da empresa, agora silenciosos demais. O casamento não era uma possibilidade. Era uma sentença. E, como toda sentença, vinha disfarçada de cerimônia, de honra, de promessas vazias que não me pertenciam.
A preparação para a festa começou rápido demais. Funcionários surgiram de todos os lados, trazendo tecidos, caixas, listas. Tudo era eficiência. Tudo era urgência. Ninguém me perguntava nada. Apenas informavam. Horários. Vestido. Aparições públicas. O anúncio seria interno, mas simbólico. Era isso que Raul tinha dito. Simbólico para eles. Mortal para mim.
Caio parecia satisfeito. Não plenamente feliz, isso exigiria humanidade demais, mas confortável. Como alguém que finalmente encaixou a última peça de um quebra-cabeça doentio. Ele circulava pelos ambientes com autoridade renovada, recebendo cumprimentos, apertos de mão e olhares cúm