Orson não sabia quanto tempo havia dormido. Sua cabeça estava pesada, mergulhada em um estado constante de torpor. Às vezes, ele sentia como se estivesse caminhando em uma geleira, cercado por um frio cortante. Outras vezes, a sensação era oposta: ele parecia estar vagando por um deserto, com um calor sufocante que o fazia arder por inteiro.
No meio desses devaneios, ele teve a impressão de ver Zara. Ela estava de pé, com o cenho franzido, olhando para ele. Seu olhar carregava uma expressão de impaciência e irritação.
Instintivamente, Orson tentou estender a mão para alcançá-la, mas, assim que ele se mexeu, Zara recuou. A aversão em seus olhos era tão clara que ele não teve outra escolha a não ser recolher a mão devagar.
Ele não sabia exatamente quanto tempo havia passado até que, finalmente, abriu os olhos. O quarto estava escuro, e a noite já havia caído.
Ainda deitado, ele percebeu que sua testa estava úmida. O adesivo, que antes estava gelado, agora tinha a mesma temperatur