Narrado por Zalea Baranov
O mundo parecia suspenso em um instante eterno, como se o tempo tivesse parado apenas para nos assistir. Meus dedos repousavam sobre o peito de Leonid, onde o coração dele batia forte, firme, como um tambor anunciando o que ainda estava por vir. O suor em sua pele misturava-se ao meu, e a sensação de estarmos colados como carne e alma não me deixava esquecer: ele era real, eu era real, nós éramos reais.
Ainda deitada no centro da pista, com os refletores apagados e o gelo sob nossos corpos aquecido pelo calor do que compartilhamos, senti o corpo de Leonid relaxar, como se a noite tivesse sussurrado que por um instante, apenas um, ele podia deixar de ser o Don. Eu virei o rosto e o encarei. Havia algo de quase menino na forma como ele me olhava. Um homem moldado pela dor, agora vulnerável em minha presença.
— Plamya — ele murmurou, tocando de leve meu queixo — não sei o que fiz para merecer isso.
— Talvez tenha me salvado sem perceber — sussurrei.
Ficamos ass