Lyria não queria andar. Mas os guardas não esperaram sua decisão.
Dois deles surgiram ao lado, posicionando-se atrás dela e Kael. As lanças de luz vibravam num tom baixo e constante, como se pudessem atravessar carne e osso com um toque.
— Não encosta nela — Kael avisou, rápido.
Os guardas pararam.
A mulher do conselho ergueu uma sobrancelha.
— Está protegendo cedo demais, guardião.
Kael respondeu sem desviar o olhar:
— Se encostarem nela antes da hora, o medalhão reage. E não creio que o conselho vai querer limpar o salão depois.
A mulher sorriu de canto.
— Então vamos evitar tragédias antes do jantar.
Ela fez um gesto com a mão.
Os guardas se afastaram — mas ficaram perto o suficiente para impedir qualquer fuga.
Lyria respirou fundo.
A avó sempre dizia: medo não é aviso, é escolha.
Mas naquele momento, não parecia que ela tinha escolha nenhuma.
Kael caminhou à frente, guiando o grupo.
O corredor que levava à câmara era estreito e mais frio que o resto da fortaleza. Símbolos antigos