A luz da manhĂŁ invade a suĂte como se tivesse sido convidada.
NĂŁo foi.
Mas também não pediu permissão.
O cheiro do quarto é uma mistura precisa de lençóis amarrotados, sexo, suor e aquele perfume amadeirado e ambarado que Valentina poderia identificar no escuro:
Dante Moreau.
Mas ele?
Sumiu. De novo.
Ela acorda de lado.
Pernas doloridas.
Marcas roxas na parte interna das coxas.
ArranhÔes discretos no quadril.
Dentes dele.
MĂŁos dele.
Lembranças que doem só o suficiente pra ela sorrir.
Ela se estica na cama.
Passa a mĂŁo no travesseiro dele, ainda quente â sĂł que vazio.
Sussurra pra si mesma:
â Covarde do caralhoâŠ
âž»
No sofå, Victor estå estirado como se fosse parte da decoração.
Robe de cetim preto, cabelo preso num coque frouxo, óculos escuros tamanho extra, uma taça de espumante numa mão e um celular na outra.
â Acorda, Cinderela do sexo. â ele fala, sem nem olhar.
â Temos dois problemas. E um convite. E quando eu digo âproblemaâ⊠é tipo aqueles que vĂȘm de terno, sotaque francĂȘs e cara