Moscou.
23h07.
Valentina subiu sozinha.
Cabelo solto.
Pele nua.
Coração em guerra.
NĂŁo usava salto.
Nem batom.
Nem o escudo que aprendia a vestir desde os dezesseis.
Vestia uma camisola de seda preta com alças finas.
Tecido que parecia escorrer sobre o corpo.
TranslĂșcido no ponto exato entre elegĂąncia e pecado.
A pulseira de diamantes ficou na gaveta.
O perfume era quase nada â sĂł o cheiro real da pele recĂ©m-banhada.
A maquiagem? Zero.
Ela estava ali como ele pediu.
Sem armadura.
Sem mentira.
Sem adereço.
E cada passo que dava pelo corredor até o Quarto 313, parecia ecoar mais alto que o som de seu próprio pensamento.
Tum⊠Tum⊠TumâŠ
O corredor cheirava a madeira encerada e especiarias discretas.
A suĂte presidencial ficava no final. Ăltima porta Ă direita.
Mesmo andar do primeiro encontro.
Mesmo nĂșmero.
Mesma tensĂŁo.
Mas ela⊠era outra mulher agora.
Quando parou diante da porta, o cartão magnético jå estava no bolso do robe.
Sem envelope.
Sem remetente.
E