O céu parecia respirar em tons escarlates quando a segunda lua começou a crescer. Era uma coloração estranha, como se o próprio céu tivesse sido manchado por lembranças esquecidas. A cidade de Silvermoor, apesar de vibrante e reconstruída, parecia sentir a aproximação de algo ancestral, algo que mesmo os mais antigos não ousavam nomear em voz alta.
Nos salões do conselho, Lia estudava mapas antigos, velhos grimórios e os registros dos Vördr. Ao seu lado, Etan escrevia canções com os símbolos antigos que aprendia aos poucos.
— Eles sempre deixam rastros — disse ela, passando o dedo por um mapa. — Não físicos, mas sonoros. Um tipo de vibração que só os Lycans mais antigos conseguiam captar.
— Como notas em frequências que os humanos não ouvem? — Etan perguntou, curioso.
— Exato. Minha avó costumava dizer que a lua não fala com palavras. Ela canta. Só que agora... está gritando.
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Os uivos naquela noite não eram de celebração. Eram chamados de aviso. No coração da floresta, os sentinel