Ressaca, Exposição e Conflito
Heitor
Acordei com a cabeça latejando, como se alguém estivesse me esmagando por dentro. O gosto amargo na boca era insuportável e cada piscada parecia uma marretada nos meus olhos. Me mexi devagar e senti um lençol áspero contra minha pele... nua. Foi quando percebi que estava completamente sem roupa. Olhei ao redor, tentando reconhecer o ambiente, mas nada fazia sentido. As cortinas pesadas, o cheiro doce de perfume barato, o carpete velho. Onde eu estava?
Virei o rosto e então a vi. Bianca. Deitada ao meu lado, com um sorriso satisfeito nos lábios. Meus pulmões travaram. Como ela estava ali? Por que eu estava ali? Meu corpo inteiro congelou.
— Bom dia... — ela murmurou, como se estivéssemos em um comercial de perfume.
Senti a náusea subir. Pulei da cama, quase caí. Vesti a calça com pressa, sem conseguir respirar direito. Tentei puxar da memória qualquer resquício da noite anterior. Nada. Só flashes. Um bar. Muita bebida. A voz dela próxima. Depois...