Armadilha e Ruína
Heitor
O fim da tarde caiu como uma névoa pesada sobre meus ombros. Não consegui concentrar em mais nada depois da conversa com Felipe. Cada palavra dele ecoava como um tambor na minha cabeça.
“Se esse cara reaparecer?” “Se ela ainda mantiver contato?”
Bati a porta da sala e desci para a rua. Precisava espairecer, pensar, ou talvez simplesmente esquecer. Peguei o carro e saí sem rumo, deixando a racionalidade para trás. Estacionei perto de um bar antigo que conhecia de tempos remotos, um lugar pequeno, escondido, frequentado por quem queria desaparecer.
Entrei, pedi um whisky puro. Depois outro. E outro.
O gosto queimava a garganta, mas não era suficiente para apagar o incômodo dentro de mim.
“E se ela realmente amou outro? E se esse tal executivo ainda rondar a vida dela? Eu fui apenas mais um?”
Sacudi a cabeça, tentando expulsar o veneno das dúvidas. Eu confiava na Lívia. Ou achava que confiava. Agora... tudo estava nublado.
— Olha quem resolveu dar as ca