O salão do rooftop corporativo estava iluminado por luzes âmbar, refletidas nos vidros altos que cercavam a cobertura da Constellation Global. Era uma noite quente e agradável no Rio de Janeiro, e o evento reunia colaboradores de diferentes áreas para celebrar os marcos do trimestre. A proposta era informal: música ambiente, finger food, e mesas dispostas de maneira descontraída. Mas a atmosfera, ainda assim, carregava aquele perfume tênue de competição e prestígio que costuma pairar em ambientes corporativos — mesmo os mais “relaxados”.

Isabela Duarte havia hesitado em vir. Passara o dia inteiro ponderando se seu nome constava na lista por engano ou por inclusão genuína. Rafael lhe entregara o convite pessoalmente, dizendo que “seria bom ter uma mente criativa como a dela por lá”. Ainda assim, vestira-se com discrição: um vestido azul-marinho de tecido leve, sandálias baixas e um colar simples. Nada chamativo. Apenas adequada.

Ao entrar, tentou manter-se nos cantos. Observava, sorr