38. A incerteza de Henrique
Henrique Viana passava os olhos pela tela do notebook com impaciência contida. Os gráficos de engajamento interno estavam ali, bem como os relatórios das últimas semanas — nada fora do esperado. Mas havia uma variável que não cabia nos gráficos, um nome que começava a surgir em contextos inesperados: Isabela Duarte.
Ele cruzou os braços, reclinado na cadeira de couro de sua sala, e permitiu-se alguns segundos de reflexão. Sabia quem era a funcionária — viera da empresa terceirizada de limpeza, jovem, discreta. Mas algo havia mudado.
Ela agora era mencionada em e-mails de pauta de inclusão, aparecia em reuniões informais com Rafael, o CEO, e, segundo boatos no corredor, fora convidada por Sra. Almeida para integrar um projeto piloto de mentoria. Até o velho Oliveira, ex-CEO, parecera interessado nela.
Henrique franziu o cenho. “O que exatamente ela está fazendo?”, perguntou-se. Não era arrogância o que lhe subia à garganta — era a sensação de que uma estrutura silenciosa estava send