182. Confiança recíproca
O relógio marcava quase nove da noite quando Isabela fechou o notebook, os ombros levemente tensos. O silêncio da sala recém-esvaziada trazia uma espécie de paz — não pela ausência de pessoas, mas pelo que havia ficado para além do horário de expediente.
A conversa com Rafael na noite anterior ecoava nela como uma música suave, daquelas que persistem mesmo depois do fim. As palavras, os silêncios, o olhar dele ao contar sobre Helena… tudo ficara impregnado em sua memória.
No meio da pilha de papéis ao lado da mesa, um envelope com seu nome, escrito à mão, a esperava. Isabela o abriu com curiosidade contida.
Era um bilhete de Rafael.
“A confiança é uma rua de mão dupla. Ontem, dei alguns passos na sua direção. Hoje, se quiser, estarei por perto para continuarmos caminhando juntos.”
Ela sorriu, deixando o bilhete sobre a mesa antes de recolher sua bolsa. Algo nela se abria aos poucos — não uma paixão impulsiva, mas um vínculo sólido, forjado pela verdade compartilhada.
Na manhã s