175. A voz da comunidade
A proposta surgiu quase como um sussurro na mente de Isabela, após uma conversa informal com uma voluntária veterana:
— Moça, às vezes a gente sabe o que precisa, só não tem pra quem dizer.
Essa frase ficou martelando por dias. Por mais estruturados que estivessem os programas sociais, Isabela sabia que as melhores soluções não nasciam dentro de escritórios com ar-condicionado, mas sim de vozes que ecoavam nas vielas, nos salões comunitários, nos corredores das escolas públicas. Vozes como a da Dona Zuleide, do Seu Armando, da Tainá, da mãe solo chamada Paula, que organizava as vizinhas para trocar refeições nos fins de mês difíceis.
Foi assim que decidiu organizar a primeira Roda de Conversa com Líderes Comunitários — um encontro sem formalidades, sem apresentações em PowerPoint, apenas escuta e partilha.
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O convite foi feito com carinho e simplicidade. Em vez de um e-mail padrão, Isabela pediu a Marina e a equipe do projeto para gravarem vídeos curtos, convidando pessoalmente cada