17. Mariana, a amiga.

A noite caiu lentamente sobre a cidade, tingindo os prédios de um azul profundo. Do lado de fora da janela, as luzes dos apartamentos acendiam uma a uma, como estrelas surgindo timidamente no céu urbano.

Isabela jogou-se no colchão com os sapatos ainda nos pés. O dia havia sido longo — intenso — e, ao mesmo tempo, recompensador. A tradução do relatório, a conversa com Rafael, o reconhecimento silencioso… tudo parecia um sonho que ainda não ousava interpretar por completo.

Na penumbra do quarto alugado, ouviu o toque seco de chamada de vídeo no celular. Viu o nome piscando na tela: Mariana.

Sorriu, cansada, mas com o coração aquecido. Atendeu.

— Olha só quem lembra que tem irmã — disse Mariana, com a voz doce e provocativa.

Na tela, o rosto dela estava iluminado pela luz do computador. Mariana usava óculos grandes e um moletom velho com o logo da universidade em que dava aulas de História.

— Você some, Isa.

— Eu não sumo, eu sobrevivo.

— E como está a sobrevivente da selva corp
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