132. O segredo de Rafael
O último dia do retiro foi encerrado com um café da manhã discreto e abraços mais sinceros do que qualquer cerimônia oficial. O ar era de recomeço. Grupos deixavam o local em vans da Constellation Global, alguns já trocando ideias sobre os projetos que voltariam a liderar com nova perspectiva.
Mas Rafael e Isabela ficaram para trás.
Ele havia pedido que esperassem a última condução — “para evitar tumulto”, dissera. Mas ela desconfiava que o motivo era outro. Desde a noite anterior, ele estava mais quieto. Não o mesmo silêncio estratégico que ela aprendera a reconhecer em reuniões — era um silêncio interno, denso, como se algo estivesse tentando subir à tona.
Já sozinhos no jardim do chalé, ele ofereceu uma manta para Isabela e sentou ao lado dela em um banco de madeira sob as árvores.
— Você foi extraordinária ontem. — disse ele, sem olhá-la. — A dinâmica… foi mais do que eu imaginava.
— Foi todo mundo, Rafa. Mas… obrigada. — Ela hesitou, depois completou, suave. — Você tem