131. Dinâmica de empatia
Na manhã do quinto dia do retiro, o clima entre os participantes estava mais sereno — não por conforto, mas por uma exaustão emocional que havia deposto máscaras e nivelado o orgulho. Após dias intensos de escuta, confrontos e revelações, muitos líderes passaram a se olhar com uma nova disposição: a de enxergar o outro além do crachá.
Foi nesse contexto que Isabela se aproximou da consultora responsável pelo retiro.
— Posso sugerir uma atividade para o final do dia? — perguntou com um brilho suave nos olhos.
— Claro, Isabela. Do que se trata?
— Uma vivência. Quero criar um espaço onde cargos desapareçam. Onde um diretor ouça um estagiário como se nunca tivesse sido chefe de ninguém.
A consultora sorriu.
— A dinâmica é sua. Prepare o que precisar.
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Às 16h, os participantes foram conduzidos ao grande salão com janelas abertas para o campo. Cadeiras foram dispostas em círculo. No centro, uma mesa com envelopes numerados, uma caixa de lenços e pequenos cartões coloridos.
Rafael,