A noite se estendia como um véu pesado sobre a mansão. O silêncio era quase absoluto, quebrado apenas pelo som distante da chuva que insistia em cair desde o fim da tarde. Pedro estava sentado em seu escritório, os olhos fixos em um ponto qualquer da parede, mas sua mente vagava por lugares que ele não conseguia controlar. Pensava em Isabela. Pensava em tudo o que havia perdido.
O relógio marcava 22h07. Ele ouviu, ao longe, o som de teclas sendo pressionadas. Isabela ainda estava trabalhando. Aquilo não o surpreendia. Ela sempre foi assim: determinada, profissional, entregue. Mesmo exausta, mesmo com o corpo pedindo descanso, ela continuava. Pedro se levantou, caminhou até a porta do escritório e espiou discretamente pelo corredor. Nada. Apenas o eco de seus próprios pensamentos.
Minutos depois, ouviu passos suaves. Imaginou que fosse Isabela saindo do quarto de Ana, onde estava hospedada desde que voltara à mansão por causa do jantar com Teresa e pela constante chuva. Ele hesitou em