Mundo de ficçãoIniciar sessão“Vamos lá, Juliet... é hora de escrever uma nova história.” Após anos presa em um casamento abusivo, Juliet Pierce decide fugir. Sozinha, com dois filhos e uma mala cheia de traumas, ela abandona o luxo e George Monroe, o homem que um dia amou, em busca de um recomeço. O destino? Manhattan. O plano? Apenas sobreviver. Mas tudo muda na sua primeira noite como garçonete, na boate Paradise. Um clube exclusivo de BDSM onde o prazer encontra o poder. Com medo de ser reconhecida, ela usa uma máscara, como se fosse uma proteção. E é lá que ela cruza com Noah Blake: CEO bilionário, dominador implacável e sócio do clube. Ele a vê. Ele a deseja. Ele não sabe quem ela é... ainda. Dias depois, Juliet se candidata a uma vaga como assistente na empresa de Noah. Dessa vez, ela está sem máscara, e ele começa a juntar as peças. Juliet quer distância. Ele quer domá-la. “Adoro um desafio.”, ele diz. Juliet é tudo o que ele não esperava: divertida, ousada, intensa, aparência frágil, mas olhos que mostram o quanto é incontrolável. Ele quer colocá-la de joelhos. Ela quer provar que pode amar sem se perder. O que começa como um contrato perigoso vira uma guerra silenciosa entre o medo e o desejo, o passado e a redenção. Mas o passado de Juliet está mais perto do que ela imagina. E quando tudo voltar para assombrá-la… ela precisará escolher: se render ou lutar por si mesma e talvez, pelo amor de um homem que jurou nunca amar. “Foi nesse momento que percebi, que estava prestes a descobrir: Se isso seria um pesadelo… ou a melhor experiência da minha vida.”
Ler maisJuliet Pierce
Estava dentro do carro, parada no acostamento da noventa e cinco, enquanto a chuva caía lá fora. O som da chuva sempre me acalmava, meu pai costumava dizer: “um banho de chuva pode lavar a alma”. Olhei para o banco de trás por um instante, onde meus pequenos dormiam tranquilos, como se o nosso mundo não tivesse acabado de desabar. Depois... me encarei no retrovisor. O roxo em volta dos olhos ainda estava ali. Assim como as marcas nos pulsos e nos braços.
Uma lembrança dolorosa, de que tantos anos de dedicação sempre foram retribuídos da pior forma, com gritos, t***s, chutes…
Endireitei a postura, apertando o volante com força. A partir de hoje, não sou mais Juliet Monroe. Voltei a ser Juliet Pierce.
Não fazia ideia de para onde ir, mas precisava decidir logo. O dinheiro que meu pai deixou nos sustentaria por um tempo... mas não por muito.
Ouvi a voz do meu menino:
— Estamos chegando, mamãe? Tô com fome.
— Ah, querido... mais alguns minutos e encontraremos uma lanchonete. — Me virei para olhá-lo. — E vamos comer panquecas deliciosas.
— Eu quero hambúrguer com batata frita. — Ri ao vê-lo pelo retrovisor.
— Bem, são oito da manhã, mas hoje vou permitir um delicioso hambúrguer com batata frita.
— Posso tomar milk-shake? — A voz sonolenta da Laurinha ecoou dentro do carro.
— Claro, minha princesa.
Eu realmente precisava de uma pausa. Dirigi a noite inteira. Lembrei de ter passado por uma placa que indicava um motel e uma lanchonete. Seria perfeito para alimentar meus filhos e descansar um pouco.
Alguns minutos depois, chegamos ao local. Para minha surpresa, o motel tinha um ar aconchegante, quase familiar. Suspirei aliviada. Não suportaria ter que ficar com as crianças em um daqueles motéis de beira de estrada cheios de motoqueiros e usuários.
Antes de sair do carro, vesti uma blusa que escondesse as marcas. O olho, mesmo com base, ainda era visível. Respirei fundo, desci e segurei as mãos dos meus pequenos.
Ao entrarmos, uma senhora simpática atrás do balcão nos cumprimentou:
— Bom dia!
— Bom dia! — Respondemos, retribuindo o sorriso.
— Sentem-se, já levo o cardápio.
Assenti, e nos sentamos ao fundo, perto de um fliperama, o que deixou Heitor empolgado. A senhora trouxe o cardápio, fizemos os pedidos e, em poucos minutos, a mesa estava cheia: tudo o que as crianças pediram e, ainda, um bolo de chocolate “por conta da casa”.
Depois do café, as crianças foram brincar, e eu apoiei os cotovelos na mesa, escondendo o rosto entre as mãos. O cansaço era visível, meu corpo gritava mas não era só pela dor física. A tensão… essa era maior ainda. As mensagens de George não paravam. Eu precisava me livrar desse celular.
— Posso me sentar? — perguntou a senhora.
— Sim, claro — respondi, ajeitando-me.
— Seus filhos são lindos — disse ela, olhando para eles, que brincavam como se hoje fosse só mais um dia comum.
— Obrigada — respondi.
— Você denunciou? — apontou discretamente para os meus pulsos, que apareceram quando a blusa escorregou um pouco. Olhei para ela, incomodada com a abordagem direta.
— Me desculpe pela intromissão, querida. Mas vi seu olho, e agora as marcas... só me preocupei com você e com as crianças.
— Agradeço, senhora... — Fiz um gesto para que ela dissesse seu nome.
— Anne — respondeu. — Anne Thompson. Sou a dona do lugar.
— Prazer, senhora Thompson. Sou Juliet Mon... — Hesitei. Ia dizer meu sobrenome de casada, mas respirei fundo e corrigi:
— Juliet Pierce.— Prazer em conhecê-la, Juliet.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, até que ela retomou:
— Ele sabe onde vocês estão?
Pisquei algumas vezes, tentando controlar o nervosismo.
— Não. Assinei os papéis do divórcio e saí com as crianças no meio da noite.
— E para onde estão indo?
Suspirei. Anne era uma estranha, mas eu estava tão sozinha... Tão exausta. Todos ao meu redor sabiam dos abusos. Mas a família Monroe era influente demais. E, para eles, a violência de George sempre era justificável... sempre perdoada.
— Eu não faço ideia... — respirei fundo. — Minha mãe morreu quando eu era pequena. Meu pai há sete anos. Não tenho irmãos, nem parentes próximos. Muito menos amigos.
— Oh, minha querida... — disse ela, colocando sua mão sobre a minha. Apesar da invasão inicial, não podia negar: o olhar de Anne era acolhedor.
— Quer conversar sobre isso?
— Não tem muito o que falar, Anne... — respondi, já com a voz embargada. — Nos conhecemos na faculdade e nos casamos logo depois. Abandonei minha carreira para ajudar na dele. Um ano depois, meu pai morreu... eu estava grávida do meu menino. Quando ele nasceu, George mudou.
— Eles nunca mostram a verdadeira face no começo — ela disse, indignada.
— Ele dava sinais... Mas eu era apaixonada demais para enxergar. Hoje vejo como fui estúpida.
— Não se culpe. O importante é que agora você viu. E teve coragem. E vai vencer. Sabe como sei disso?
Balancei a cabeça, chorando em silêncio.
Anne olhou para as crianças, sorrindo com ternura.
— Porque você tem um motivo lindo para isso. Quando achar que não vai conseguir... olhe para eles. E lembre-se: por eles, você consegue.
Sorri para ela, foi minha forma de agradecer pelas palavras.
Conversamos por mais alguns minutos. Foi bom desabafar sem ser julgada. Depois, ela nos levou até um quarto. Era estranho como um simples quarto de motel, me trazia a paz e o aconchego que minha casa com George não foi capaz de me proporcionar em anos.
O banheiro tinha um cheiro agradável de lavanda, dei banho nas crianças, e tomei um logo em seguida, por alguns minutos fiquei ali, parada, só deixando a água cair. Era como se aquele banho, aquela água… estivesse levando embora tudo que ainda restava do George em mim.
Saí do banho, as crianças com a atenção voltada na TV. Os deitei na cama comigo, e descansamos um pouco. Anne me ofereceu o notebook da filha para que eu fizesse algumas pesquisas.
Tentei encontrar um lugar para ir. Já estava longe de Charleston, mas George ainda poderia me encontrar.
Estava quase desistindo, quando apareceu uma propaganda, era uma boate, mas não foi o lugar que me chamou atenção e sim onde ela ficava…
— Manhattan… — murmurei para mim mesma.
Fechei o computador, arrumei nossas malas. Ajeitei as crianças no carro. Anne preparou algumas coisas para levarmos.
— Um presente para você — disse ela, entregando um walkman.
Sorri, surpresa.
— Quando tomei a mesma decisão que você, peguei minha filha, entrei na caminhonete... e dirigi. Sem rumo. E no final… eu venci. Por ela. Por mim.
As lágrimas brotaram de novo.
— Então você… — Não consegui terminar.
— Uma sobrevivente reconhece a outra. Trouxe esse walkman comigo. Coloquei na primeira estação de rádio e fui. Agora é sua vez, querida.
Nos abraçamos. Nos despedimos. Entrei no carro, olhei para meus filhos no banco de trás.
— Estão prontos?
— SIIIIM! — gritaram os dois ao mesmo tempo.
Meu telefone vibrou, era mais uma das mensagens de George. Dessa vez decidi responder.
“Acabou cretino!”
Um sorriso surgiu em meus lábios, nunca o respondi, nunca o xinguei, eu nunca agi. Abri a janela, joguei o aparelho nos asfalto. Dei uma última olhada na Anne que sorria para mim com orgulho.
Coloquei os fones, liguei o walkman na primeira estação. Tocava Natasha Bedingfield:
“No one else, no one else
Can speak the words on your lips Live your life with arms wide open Today is where your book begins The rest is still unwritten.”(Tradução…)
“Ninguém mais, ninguém mais
Pode dizer as palavras em seus lábios Viva sua vida de braços abertos Hoje é onde seu livro começa O resto ainda está por ser escrito.”— Vamos lá, Juliet... é hora de escrever uma nova história.
Capítulo 126 — EstrelinhaTaylor LaurentNão pensei, só agi. Essa sou eu!Nunca me importei com nada, porque qualquer que fosse a consequência, ela sempre foi para mim. Eu era sozinha, então… pagava o preço e tudo certo.Mas hoje foi diferente, a intenção foi boa, mas a consequência não respingou em mim, foi nele, e isso acabou comigo. Ver o Dominic ferido ativou sentimentos, medos, que nem imaginei poder sentir de novo. Mesmo ele sendo forte, e agindo como se aquilo fosse normal, nada tiraria essa coisa de dentro de mim.E tudo piorou quando olhei para ele, e o vi pálido e confuso.— Dominic?! — Eu o chamei.— Cara, está tudo bem? — Declan perguntou.— Taylor… — Ele me chamou com a voz rouca e baixa.— O que foi? — eu perguntei, mas ele pareceu não me ouvir, e sem que nenhum de nós esperasse, meu Thor veio ao chão.— DOM!!! — eu gritei. Por sorte Declan estava ali e conseguiu impedir a queda dele. Jen começou a gritar e uma enfermeira veio com uma maca.— O que aconteceu?— Ele é age
Capítulo 125 — Escureceu.Dominic CostelloMeu plantão acabou e segui até a Paradise como de costume, mas nesse costume havia algo novo: Taylor. Minha garota estava lá me esperando com os outros. Nós já conversamos sobre o BDSM, e eu prometi que ela só faria uma cena comigo se sentisse à vontade sobre isso. Mas eu ainda estava apreensivo, com medo dela ver as coisas como são na prática e acabar decidindo se afastar de mim.Cheguei e ela estava linda, com um jeans rasgado que modelava sua deliciosa bunda, e uma blusa preta decotada, evidenciando seus fartos seios. Não sei se curto ver minha mulher gostosa desse jeito no meio desse bando de Doms. Me aproximei com cuidado, dei um beijo rápido nela e ficamos todos vendo a interação da Juliet com as novas garçonetes. Quando a tal entrevista acabou, na mesa ficou somente Taylor em meu colo, e Chris com Penelope agarrada a ele.— Temos um problema. — Atlas anunciou e quando seguimos para fora era o maldito do George Monroe, ex-marido da Juli
Capítulo 124 — VeremosNoah BlakeA Juliet pediu, ou melhor, exigiu que ela mesma lidasse com as novas garçonetes, e eu cedi. Está na hora mesmo dela assumir o papel dela na minha vida, o de minha mulher, minha futura esposa. Na mesa com o restante do pessoal, eu notava que ela tinha tudo sob controle, mas quando a terceira apareceu, eu vi, mesmo de longe, o corpo dela tensionando.Fui até lá somente como um suporte, mas a forma como ela lidou com tudo foi impressionante, o que me fez amá-la ainda mais, se é que isso era possível. Só que minha mulher está grávida, e sei que o estresse não faz bem a ela, no entanto, seu corpo reagiu de imediato.A carreguei até o escritório, ouvi a história dela com a garota, o que me fez odiá-la junto com o cretino do ex-marido. Mas o que importava é que minha mulher estava segura em meus braços e esses cretinos nunca mais farão mal a ela.Só que nada é como gostaríamos, às vezes o tal do “universo” gosta de brincar com a gente, ou de antecipar certas
Capítulo 123 — Quem já está feridoJuliet PierceAchei que eu só tinha que lidar com algumas “garçonetes ousadas”, mas quando ouvi a voz da Ashley, percebi que o problema era muito maior. Me virei com cuidado para encará-la, ela continuava a mesma loira arrogante e insuportável de sempre.— Ashley Fletcher, se eu dissesse que é um prazer revê-la, estaria mentindo. E não sou mais Monroe há meses, se dirija a mim como Pierce.— Olha só, ela agora responde. — ela me disse em deboche, e Sammy deu um passo em sua direção, mas segurei de leve seu braço.— Não só respondo, como sou eu quem mando. E se quiser ter a oportunidade de ser “minha garçonete” nesta noite. — dei um passo, fechando a distância entre nós. — Comporte-se.— Você quem manda? — ela perguntou, arqueando a sobrancelha. Foi nesse momento que Noah apareceu.— Tudo bem, amor? — ele perguntou, parando atrás de mim. Notei os olhos de Ashley brilharem ao ver meu namorado.— Boa noite, senhor Blake, não sei se lembra de mim. Nos co
Capítulo 122 — Juliet MonroeJuliet PierceMesmo com George de volta, e todos os problemas que nos cercam, eu me sentia a mulher mais feliz do mundo. Tinha um namorado perfeito, uma família linda que agora estava crescendo… com meu pacotinho de amor.Hoje é dia do clube abrir e temos cerimônia, mais uma sub corajosa se tornando slave. O que significa casa cheia e muito trabalho. Os meninos tiveram a ideia de contratar novas garçonetes, mas Sammy, Jen e eu não estamos muito satisfeitas com isso. Ainda mais quando os Doms querem nos deixar em casa, enquanto eles passam a noite no clube.Sim, somos ciumentas e possessivas. Porque só eles podem?— Oi, Ju.Athena disse assim que abriu a porta do meu quarto.— Oi, meu bem, como você está? — respondi, saindo da frente do espelho e indo até ela.— Estou bem, Oliver e eu já viemos buscar as crianças. — ela me avisou.— Muito obrigado por isso, Cece e Ava tiraram o final de semana de folga para irem no tal retiro, e eu estava com vergonha de te
Capítulo 121 — Confiança se conquista (Part II)Dominic Costello— Estou pronta para tentar de novo, amor — sussurrou, abrindo as pernas para mim, o corpo se arqueando em convite. — Me faz sua.As palavras dela me acertaram como um soco no peito, mas um soco bom, daqueles que te acordam para a vida. Eu a encarei por um segundo, procurando qualquer sombra de dúvida nos olhos castanhos, mas só encontrei certeza, desejo, amor.Respirei fundo, o coração disparado, e me inclinei para beijá-la, lento, profundo, como se quisesse gravar cada segundo na memória.— Você tem certeza? — perguntei contra os lábios dela, a voz rouca, quase um rosnado. — Porque uma vez que eu começar, não vou querer parar.Taylor sorriu, aquele sorriso que me desmontava, e deslizou as mãos pelos meus ombros, puxando-me mais para perto.— Certeza absoluta, grandão. Quero você. Todo você.Foi o suficiente. Beijei-a de novo, feroz, enquanto minhas mãos desciam pelo corpo dela, reacendendo o fogo que nunca tinha se apag





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