Pedro permaneceu ao lado de Isabela, observando cada movimento, cada expressão. Ela estava fraca, mas consciente. O copo de água ainda tremia em suas mãos, e ele o segurava com delicadeza, como se temesse que qualquer gesto mais brusco pudesse quebrá-la.
— Você precisa descansar — disse ele, com a voz baixa, quase como um sussurro. — O doutor Ferreira já está a caminho.
Isabela tentou sorrir, mas o esforço foi demais. Seus olhos se fecharam por alguns segundos, e Pedro pensou que ela havia dormido. Mas então ela falou, com a voz rouca :
— Eu... não queria que Ana visse isso.
Pedro sentiu um nó na garganta. Aquela frase carregava mais do que preocupação materna. Era orgulho, era dor, era o peso de uma mulher que sempre tentou ser forte, mesmo quando tudo ao redor desmoronava.
— Eu cuidei disso. Ela está no quarto dela. Disse que você vai ficar bem. Ela confia em você, Isabela. E eu também.
Ela abriu os olhos lentamente, encarando Pedro por um instante. Havia algo ali — não raiva, não