...Naquela noite, enquanto Ana dormia e Sofia estava fora, Pedro permaneceu sentado em sua poltrona de couro, encarando o abajur aceso como se a luz pudesse lhe oferecer alguma resposta. Mas nĂŁo havia resposta. SĂł havia ruĂdo. Interno. Constante. Um zumbido de lembranças, de dĂşvidas, de verdades que ele ainda nĂŁo tinha coragem de encarar.
Ele sabia que estava prestes a cruzar uma linha. Uma linha que separava o homem que fingia ter controle do homem que finalmente admitia que nunca teve. E tudo começava com um nome: Sofia.
“Quando Sofia apareceu... tudo começou a desmoronar. Mas não da forma que os outros imaginam. Não foi só sobre traição. Foi sobre legado. Sobre mentira. Sobre o que está enterrado sob o sobrenome Gomes.”
Pedro sempre ouvira pelos corredores da famĂlia a histĂłria de David — o pai de Isabela. Um homem que trocou sua esposa por uma mulher que lhe prometia status, influĂŞncia, poder. A amante. A mulher que, anos depois, daria Ă luz Sofia. A meia-irmĂŁ. A sombra.
A mĂŁe de