Beatrice Marchesi
Dois dias haviam se passado desde a noite em que senti o gosto metálico do medo correr por minhas veias. Dois dias em que Dante ficou por perto mais do que nunca, como uma sombra protetora que, em vez de me sufocar, me dava fôlego. Mas hoje, finalmente, eu estava de volta à Phoenix, minha segunda casa ou talvez a primeira, considerando que, ali dentro, eu tinha controle sobre quase tudo.
A fachada imponente do prédio me recebeu como sempre: vidro fumê refletindo a cidade, portas automáticas se abrindo com um sopro gelado de ar-condicionado e o aroma familiar de café fresco vindo da recepção. Os seguranças me cumprimentaram com um aceno respeitoso e eu retribuí.
Subi para meu escritório no último andar, acompanhada do som ritmado dos meus saltos contra o mármore. No caminho mais funcionários me cumprimentavam e eu acenava cordialmente.
Assim que entrei, encontrei Elisa que já me esperava, com a agenda do dia aberta e um semblante que dizia que a semana havia sido ag