Leonardo Vasconcellos
A tempestade lá fora não parecia querer cessar. O som das gotas, fortes e constantes, reverberava contra as paredes do meu escritório, misturando-se ao zumbido do computador. A tela à minha frente mostrava gráficos e números que mais pareciam me desafiar a encontrar alguma esperança onde não havia. Eu passava os dedos sobre a borda do relatório, tentando ignorar o nó que crescia no meu estômago a cada linha lida.
A Nexus não estava simplesmente desacelerando, ela estava sangrando. E sangrando rápido. Cada contrato cancelado, cada investidor que se afastava, era como uma artéria cortada que eu não conseguia estancar.
O som de saltos ecoou pelo corredor antes que eu pudesse reorganizar meus pensamentos. Eu nem precisei olhar para saber quem vinha.
— Leonardo! — a voz de Isadora cortou o ar, carregada de impaciência.
Ela entrou sem pedir permissão, como sempre. Usava um vestido azul-marinho que provavelmente custava mais que o aluguel anual do primeiro escritório d