Dante se recostou na cabeceira da cama, ainda com aquele ar preguiçoso de quem está avaliando cada detalhe antes de dar o próximo passo. Mas os olhos, ah, os olhos... esses estavam completamente despertos.
— Você está mesmo disposta a acabar com ele, não está? — perguntou, como se precisasse de uma confirmação que já tinha.
— Não é questão de estar disposta. — Levei a xícara de volta às minhas mãos, sentindo o calor do café. — É questão de fazer o que deveria ter feito anos atrás.
— E por que não fez? — O tom dele não era acusador, mas curioso.
— Porque eu era burra. — Dei de ombros. — Porque acreditava que as pessoas mudavam, que a justiça vinha sozinha. Hoje sei que justiça é algo que se constrói com estratégia... e às vezes, com sangue frio.
Ele sorriu de lado, como se aprovasse cada palavra.
— Gosto de ouvir você falar assim.
— Assim como?
— Como alguém que não espera mais pelo acaso. — Ele se inclinou para frente, apoiando os antebraços nos joelhos. — O que exatamente a sua equi