Eleonora D’Ambrosio
O vento da manhã soprava suave quando entrei no salão reservado do Hotel Renaissance, onde havia solicitado que o encontro ocorresse. Fiz questão de que fosse ali. Discreto. Neutro. Nem casa, nem escritório. Um campo onde nenhuma de nossas posições pudesse prevalecer sobre a outra.
Eu já estava sentada quando ele chegou.
Dante Morelli.
Pontual, vestido com sobriedade: camisa cinza escura, sem gravata, mangas dobradas nos antebraços. Sua postura era controlada, mas seus olhos… seus olhos eram intensos demais. Eu sempre reconheço homens assim. Olhos de quem já provou do caos e sobreviveu para contar.
Levantei-me com elegância e estendi a mão.
— Dante.
— Senhora D’Ambrosio. — Ele apertou minha mão com firmeza, mas com respeito.
— Obrigada por vir.
— Não costumo recusar convites que partem da minha sogra. — disse ele, e me encarou com aquela ousadia calma que eu conhecia tão bem.
Assenti, sentando-me novamente. Ele se acomodou à minha frente e fez um leve gesto para o