Andei em direção ao único lugar que eu conhecia naquele palácio: a biblioteca. Mas, antes de chegar lá, vozes me fizeram parar. Vinham justamente de dentro dela. No mais absoluto silêncio, me escondi, inclinando-me levemente para ouvir.
— Uma ameaça de guerra não pode vir à tona agora. Não quando o casamento mais importante da história está prestes a acontecer.
— Mas, pelo visto, para todos aqui só o casamento importa. Que o reino se acabe, que o sangue corra nas ruas, desde que a cerimônia aconteça e vocês fiquem satisfeitos. Estamos prestes a sofrer um ataque, e desta vez não será suave como o último.
Meu coração acelerou. Reconheci aquelas vozes: eram da rainha Susana e de Benício. Todas as minhas desconfianças se confirmavam. Existe mesmo uma ameaça de guerra — e o pior é que pretendiam esconder isso de todos.
— Claro, meu filho. Esse casamento pode mudar tudo. A ameaça só existe porque a união ainda não aconteceu, e você sabe disso.
Houve silêncio, pesado, até que Benício respond