No quarto, Ane olhava pela janela, o pôr do sol pintando o céu.
— Dois príncipes te querem. Você não pode reclamar. — disse ela, com ironia.
Revirei os olhos.
— Não é tão simples assim...
Conversamos sobre nossos sentimentos, e vi claramente que William havia roubado o coração da minha amiga. Mas, antes que pudéssemos rir disso, um som terrível ecoou. Vidros estilhaçados.
A janela do meu quarto havia sido quebrada.
Senti um ardor no braço e só então percebi o sangue escorrendo.
— Lya! — gritou Ane, desesperada, vindo em minha direção.
Antes que pudesse reagir, os guardas invadiram o quarto. A confusão era ensurdecedora: gritos, passos apressados, ordens sendo dadas.
— Protejam a princesa! — bradou um deles, correndo para fechar as cortinas estraçalhadas.
Benício surgiu no meio da multidão, seus olhos azuis arregalados em pânico.
— Não! — ele se ajoelhou ao meu lado, segurando meu rosto com as mãos trêmulas. — Fica comigo, Lya... não me deixa!
— Eu... estou bem... — tentei sussurrar, m