O salão menor do castelo tinha sido liberado só para nós dois. Ali, onde normalmente os mestres de protocolo discutiriam cada detalhe da cerimônia, agora havia silêncio. As cortinas pesadas escondiam a noite, e a única luz vinha das velas espalhadas pelos candelabros e estantes. A chama tremulante projetava sombras quentes nas paredes, como se até o fogo quisesse participar daquilo.
Olhei para a mesa diante de mim: pergaminhos com croquis dos trajes reais, opções de flores, receitas de pratos tradicionais de Illianum e do Reino Novo. Tudo misturado, como se fosse possível unir dois mundos com tinta e papel.
Sorri, sem acreditar no que estava acontecendo.
— Eu não acredito que vamos mesmo fazer isso. — Enrolei uma mecha de cabelo entre os dedos, tentando disfarçar a estranha mistura de ansiedade e alegria que corria dentro de mim. — Quando tudo começou, parecia impossível.
Do outro lado da mesa, Benício riu baixinho, os olhos presos em um esboço do altar decorado com folhas douradas.
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