Nicholas acredita que uma dor precisa ser aceita para se tornar suportável, mas esse é o seu problema: ele não consegue aceitar. Buscar a felicidade e o amor é seu principal objetivo, mas seus ricos pais controladores tornam seu alvo impossível de ser almejado após o alienarem desde o ventre, distorcendo toda a sua visão de mundo. Humilhado e incompreendido, o confuso Nicholas toma uma decisão: tirar a própria vida. Até onde ele pode ir para eliminar toda dor que não suporta? Sem saber se é sonho ou realidade, Nich se vê em um mundo fantástico em que a primordial lei é ser feliz, mas, para isso, precisará enfrentar a si mesmo e o mal que tenta afastá-lo dos seus novos amigos e do seu grande amor. Talvez ele esteja apenas à espera das horas iguais.
Leer másTudo que parece pode não ser o que realmente aparenta,
mas pode se tornar tão real quanto o verdadeiro real.
A história que conto aqui é um exemplo de como um garoto afundado em um sofrimento inexplicável busca formas para escapar de tamanha dor, até mesmo em um mundo fantástico.
É um exemplo de projeção na morte, o que não conseguimos encontrar em vida. É uma forma fúnebre de expressão e uma afirmação de que não buscamos a morte, mas sim uma outra forma de viver.
São tentativas não bem-sucedidas de rasgar a pele como caminho de libertação da dor que se instaura dentro de nós. É um grito no vazio, um caminhar no ar e uma cansativa busca pelo sentido e pela felicidade.
Pensando nisso tudo, digo-vos...
Não adicione em sua vida os cruéis obstáculos que encontra, foque em acrescentar os bons momentos, porque nosso patrono é feito de felicidade e não de amargura. Nem que seja apenas um sorriso, ele é seu motivo para continuar lutando pela sua felicidade, que não será encontrada no outro que pode lhe respaldar durante o caminho, mas dentro de ti, a todo momento de braços abertos para você, basta correr até ela e abraçá-la como uma melhor amiga para sempre.
O ser não é feito apenas de flores, mas de espinhos. Com isso, quero dizer que todos passamos por problemas, por conflitos, enfrentamos obstáculos muitas vezes necessários para que nos tornemos fortes, resilientes, para continuarmos florescendo.
O essencial é aquilo que está invisível aos nossos olhos, e por não vermos, achamos que não existe, mas quando olhamos para nós mesmos, temos a surpresa do sagrado, do tesouro que habita em cada um e, através deste livro, quero apresentar-lhes a importância do amor, do contato com o outro ser... afinal, compartilhamos o mesmo céu.
Não venho no papel de medir as suas dores ou de comparar, mas para mostrar que ela existe e que precisa senti-la muito para que depois a sinta menos. Então, por isso, pergunto-lhe: quantas vezes você já disse que estava bem, mas, na verdade, não estava? Quantos sinais tem dado para as pessoas, e até mesmo para você, de que precisa muito de ajuda? Este livro é um sinal ou apenas uma reflexão?
Eu entendo, acredite... eu sei como é difícil abrirmos a boca e falarmos do que está acontecendo. Não é porque não queremos, é porque, talvez, não seja tão fácil como parece ser. O medo da divulgação gratuita de nossos problemas é real, ou das famosas frases de efeito: “é besteira... oh coitado...”, contudo, de uma pessoa que passa por isso para outra, felizmente, em algum momento, encontramos luz na imensa escuridão e, por mais que ela pareça ser assustadora e intensa, não tenha medo, não recue, continue caminhando, sempre à espera das horas iguais.
Todos os personagens e acontecimentos nesta publicação, com exceção dos claramente de domínio público, são fictícios e qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou não, é mera coincidência.
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Que cheiro é esse? Tento sentir melhor, mas há algo em meu nariz atrapalhando minha respiração. Que som é esse? São como bips de alguma máquina. Ouço as vozes dos meus pais conversando, e não brigando, o que é muito estranho. Tento abrir meus olhos, mas quando as pequenas brechas surgem, a claridade quase me cega, obrigando-me a desistir.Meu corpo parece não ser meu, não sinto nada... pesado, estou pesado, é isso. Tento me mover, mas as tentativas são em vão. O que está acontecendo? Meus dedos, consigo sentir algo apertando. Começo outra vez a tentar me mover e sinto que estou mexendo meus dedos, até que ouço um grito de minha mãe chamando pelo meu nome e segurando minha mão.– Nicholas?Ela está acariciando minha face? O que é isso molhado pingando em mim? Ela está chorando? Eu pr
Limpo minhas lágrimas incontroláveis e vejo que está sendo em vão. Levanto-me, deixando o corpo frio de Sebastian no chão. Olho-o pela última vez, soluçando, ergo meu olhar e, a minha volta, vejo o quão feia está sendo essa guerra por minha causa. Aliados abatidos, inimigos abatidos. Os guardiões estão travando uma batalha terrível com Verusca, a menina aranha que deseja me eliminar depois de acabar com Aurora.Eu matei Sebastian... ele agora se foi por minha causa. O que eu sou? Assassino? Traidor? Vilão?Começo a caminhar entre os corpos, sendo ignorado por todos.O que será desse lugar? Vamos perder? Fim? É dessa maneira que meu sonho acaba? É assim que tudo vira um pesadelo?Meu coração grita. Eu tento entender o que acontece comigo porque sempre deixei brechas para o ferirem. Sim, meu coração está a
Toda escuridão se esvai e dá lugar a um vasto quarto branco com poucos cômodos, também brancos, o que me lembra hospital. Há aqui apenas uma cama redonda, duas poltronas, um abajur, um guarda-roupa aberto e vazio e uma janela com vista para o nada.Nas paredes, vejo vários relógios marcando 22:22, todos eles.Usando um grande roupão bege, Sebastian está com os braços para trás, unindo suas mãos defronte à janela, vislumbrando a grande massa branca de vazio.– Esse é o fim? – Pergunto, aproximando-me dele.– O que é fim? – Ele pergunta, sério e introspectivo.– Uma despedida, talvez! – Afirmo e tento dar um sorriso por vê-lo em pé, sem ferimento e sem dor. Mas compreendo que é apenas uma memória falsa que estamos vivendo de forma atemporal.– Ainda não... &nd
A grande aranha, neste momento, não tem nenhuma importância para mim, diferentemente do miúdo lobo cinzento. A raiva por Sebastian ao vê-lo aliado à grande vilã de Aurora faz todo o meu corpo estremecer. Meus olhos molhados o encaram e encontram o seu olhar misterioso.– Traidor... traidor... – Começo a sussurrar. – Imundo... nojento... traidor de merda. – A ira está me consumindo, sinto minha face arder, avermelhando-se, e o solo abaixo dos meus pés começa a tremer.Nenhum dos Guardiões se aproxima para ficar ao meu lado neste momento porque sabem que esse encontro é totalmente meu.Silêncio! É tudo que conseguimos ter. Não sinto minha respiração, apenas meus batimentos cardíacos acelerados. Sinto minhas lágrimas rolarem por minha face e toda raiva e fervor estou acumulando em meus punhos cerrados.Seba
Guerra? Tudo isso por causa de mim? É doloroso imaginar o que pode acontecer para finalmente chegarmos à paz. Lutar é consequência pela busca da felicidade e estou pronto para isso, mesmo tendo que derramar lágrimas pelas perdas.Não posso deixar que ela vença, não desta vez!O que me move é perguntar sempre qual é o sentido da vida. Todos dão seus próprios sentidos e, por isso, questiono-me qual sentido eu dou. É uma resposta tão difícil de se conseguir pôr para fora.Debby, após ouvir a notícia de Fran, olha para os seus colegas Guardiões e percebo do que se trata. Hipólito, que parece ser o mais veloz de todos, mesmo sendo uma serpente, se transforma e avança, voltando ao Castelo. Com toda certeza, para preparar e convocar o exército para uma batalha. Engulo em seco.– Precisamos adiantar
Juntos, deixamos o grande castelo. Não sei quando volto aqui, mas espero que breve e com a Lolita ao meu lado, sã e salva, feliz como é.Está de noite, um azul prússia se estende no céu sem nuvens e estrelas. Sinto um pouco de frio, mesmo sem vestígios de uma brisa qualquer.Caminho ao lado de Filipe, que, como de costume, segura meu braço, mantendo o meu ritmo de caminhada, já que reparei que anda muito rápido. Mais à frente, Dan e Dani cantarolam, Debby e Hipólito conversam e, vez ou outra, ouço-os rirem. Pergunto-me como eles encontram motivos para rirem, o que jamais vou aceitar. Sinto-me um pouco irritado com esses comportamentos, como se um deles não estivesse correndo perigo e outro os tivesse traído tristemente.Estamos atravessando a ponte de ouro e dou mais uma olhada para o castelo, depois para o vasto mar em busca de alguma sereia, especialmente a
Último capítulo