A minha garganta doía de angústia. Só pensava em Vitor.
Dando um passo para trás, Zahir me soltou e disse entre dentes, a voz firme, carregada de ameaça:
— Você vai sair daqui comigo agora. Ou eu não respondo por mim. — Ele se inclinou um pouco, e acrescentou com amargura contida: — Foram dois anos e quatro meses de espera! Você realmente acredita que vou me arriscar a te perder de vista? Min fadlik!
Um tremor percorreu meu corpo, mas eu o enfrentei, mesmo apavorada.
— Zahir, tudo bem. Vamos nos sentar naquela mesa e conversamos sobre tudo… sobre o divórcio.
Assim que as palavras saíram da minha boca, percebi o erro. O rosto dele se endureceu ainda mais. Observei suas mãos abrirem e fecharem, como se ele lutasse contra o impulso de me sacudir.
Ele abaixou a cabeça, passou as mãos pelos cabelos num gesto impaciente e murmurou algo em árabe, abafado, blasfemando. Quando ergueu os olhos novamente, os negros profundos me atravessaram como lâminas.
— Depois de mais de dois anos, você quer