Segunda-feira.
Levantei-me às seis, com o corpo cansado e a alma inquieta. Fiz tudo no automático — o banho rápido, a troca de roupa, a mochila nas costas. Peguei Vitor ainda dormindo, o rostinho sereno encostado em meu ombro, e caminhei até a casa de Callie.
Ela já me esperava na porta, sorridente, como fazia todos os dias.
— Entre, querida. — abriu passagem para mim.
Deitei o Vitor na cama de casal, ajeitando os travesseiros ao redor, criando uma pequena fortaleza para protegê-lo. Dei-lhe um beijo demorado na testa, aquele tipo de beijo que se dá com o coração, e me afastei em silêncio.
Deixei a bolsa com suas roupas, fraldas e a sopinha que havia preparado no dia anterior. Aceitei a xícara de café que Callie me ofereceu e, respirando fundo, me despedi.
Quinze minutos depois, o vento da manhã já batia no meu rosto enquanto eu pedalava.
Ao chegar à lanchonete, deixei a bicicleta presa ao suporte e entrei pelos fundos. A cozinha ainda estava silenciosa, cheirando a pão fresco e café.