O que me afetou… foram os olhos de Bernard.
Na terça-feira, na hora do almoço, depois de me servir de macarronada e bolinhos de carne, sentei-me com um grupinho do teatro que começava sua temporada no hotel. Eram todos jovens estudantes de uma escola de artes dramáticas. A animação deles me contagiou — finalmente consegui me distrair um pouco.
Foi ali que conheci Alice, que me falou sobre a apresentação que fariam: uma montagem de Hamlet, de William Shakespeare.
Depois, com um olhar sonhador, ela disse:
— Viver o amor é um dos maiores prazeres da vida. São como flores nas manhãs gélidas, amanhecem cobertas com o orvalho das noites frias… mas logo sai o Sol, para iluminá-las… assim é o amor…
Sorri para ela.
— É verdade.
Quando eles saíram do refeitório para ensaiar, fechei os olhos por um momento. Pensei na minha vida antes de Bashir… apagada, cinzenta… e em como tudo mudou depois que o conheci. Eu me sentia abençoada por ter encontrado um amor tão grande, tão profundo — e por ser tão amada. Bashir me amava com uma generosidade