Abri a porta da sala. O mormaço da casa me envolveu de imediato, abafado, pesado, como se o ar se recusasse a circular. O calor parecia sair das paredes, tornando tudo ainda mais sufocante. Zahir entrou primeiro, como se ainda fosse dono daquele espaço.
Um arrepio me percorreu o corpo quando me lembrei do cadeirão na cozinha… do berço no quarto. Meu coração disparou. Eu precisava mantê-lo longe dali — longe da verdade. A sensação de frio na boca do estômago quase me fez fraquejar, mas respirei fundo, tentando manter a calma.
Quando cheguei à sala, ele já me esperava. Zahir estava de pé, imponente, analisando cada canto como um homem que avalia um território conquistado. O ar parecia vibrar com a presença dele — e o pequeno cômodo, antes simples, agora parecia ainda menor, comprimido pela sua presença.
— Sente-se, Zahir. — pedi, tentando soar firme. — Você não veio aqui para conhecer a casa.
Ele me olhou por alguns segundos, sem expressão, depois tirou o paletó. O tecido colava em sua