ARTHUR VASCONCELOS
— Você não vai voltar para a Nogueira Importações amanhã.
Ela piscou, confusa.
— O quê? Como assim? Eu tenho trabalho a fazer. Prometi ao meu pai que terminaria a organização dos arquivos de 2020.
— Seu pai pode contratar alguém. Ou eu mando uma equipe minha para lá amanhã mesmo para digitalizar tudo e queimar o resto. Você não vai.
A expressão dela mudou de confusão para indignação.
— Arthur, você não pode fazer isso. É a empresa da minha família. Eu me senti bem lá hoje. Eu me senti útil! Você disse que me apoiaria!
— Eu te apoio. Mas eu não apoio que você seja um alvo.
Dei um passo em direção a ela.
— Bruno rastreou a origem da mensagem — menti, simplificando a explicação técnica. — E ele descobriu mais. O sistema de segurança da empresa do seu pai foi comprometido. Está hackeado.
O rosto dela perdeu a cor.
— Hackeado?
— Sim. As câmeras. Os computadores. Alguém tem acesso total lá dentro. Alguém te observou o dia todo hoje, Camila. Cada passo que você deu naquele