CAMILA NOQUEIRA
As horas seguintes seriam um teste de resistência para a minha sanidade.
Quando Emma e Zoe voltaram do mar, pingando água salgada e rindo, tive que engolir o ácido que queimava na minha garganta e sorrir.
— A água está ótima! — Zoe gritou, torcendo o cabelo. — Você tem que entrar!
Eu queria correr para casa. Queria ver o que havia naquele pendrive maldito escondido no fundo da minha bolsa. Mas eu não podia. Isso era algo que podia ficar para depois, não ia estragar meu dia com as meninas por nada.
— Estou indo! — gritei de volta, forçando uma animação que não sentia.
Tirei a saída de praia e corri para o mar. A água gelada foi um choque físico necessário, mas não foi suficiente para apagar o fogo da ansiedade no meu estômago. Nadei, ri de piadas que mal ouvi, comi porções de peixe frito que tinham gosto de areia na minha boca seca.
Cada minuto parecia uma hora. Meus olhos corriam para a minha cadeira de praia o tempo todo, verificando se a bolsa ainda estava lá, se não