ARTHUR VASCONCELOS

A hélice do helicóptero cortou o ar acima da Serra da Cantareira, um som rítmico e agressivo que espelhava minha própria impaciência.

Eram 15:15. O trabalho com os investidores asiáticos tinha terminado mais cedo do que o previsto, era uma vantagem de ser o dono da mesa e não estar com paciência para formalidades.

Lúcia Marques.

A mulher que tinha plantado a semente da dúvida no jardim que eu estava cultivando com tanto cuidado.

O piloto, um ex-militar que não fazia perguntas, indicou com a cabeça.

— Estamos nos aproximando, Senhor Vasconcelos. A propriedade está logo abaixo.

Olhei pela janela. A "casa de campo" de Lúcia era uma mansão decadente encravada no meio da mata atlântica. Era isolada. Perfeita para uma conversa privada.

O helicóptero pousou no gramado mal cuidado dos fundos, levantando uma nuvem de poeira e folhas secas.

Bruno e Marcos já estavam lá. Eles tinham ido de carro, garantindo o perímetro horas antes. Assim que a porta se abriu, vi Bruno esperand