ARTHUR VASCONCELOS
Eu me sentia... satisfeito. De uma forma que eu não sentia há muito tempo. Ou talvez, nunca.
A mulher que eu forcei a um casamento, não estava mais sendo cautelosa. Ela estava participando dessa união e não precisei manipular nada para aproximá-la de mim.
Chegamos à mansão. Doria nos recebeu na porta, os olhos sabiamente baixos, sem demostrar dúvidas sobre por que estávamos chegando juntos, ou por que minha esposa parecia... desgrenhada.
Subimos para a ala oeste, ela disse que eu podia entrar no chuveiro porque escolheria o que vestir. Foi o que fiz, entrei no banho e deixei a água escaldante lavar o suor e o cheiro dela de mim. Mas não adiantou. O cheiro dela estava na minha pele, sob minhas unhas, na minha boca. A imagem dela, de joelhos na minha cama, ou dobrada sobre minha mesa, ou montada em mim, estava gravada a fogo atrás das minhas pálpebras.
Eu tinha planejado a ruína de Roberto Nogueira por meses. Um ataque cuidados e anônimo que o encurralou, não deixando