O silêncio na sala de reuniões da Vasconcelos Corp. era quase absoluto, quebrado apenas pelo leve zumbido do ar-condicionado. Já passava das oito da noite, e o prédio estava praticamente vazio. Ali dentro, o ar parecia mais denso, como se pressentisse que algo perigoso estava prestes a ser revelado.
Henrique estava de pé, encostado à janela de vidro escurecido, com os braços cruzados e o semblante carregado. Quando Eduardo entrou, o amigo não perdeu tempo.
— Foi arriscado demais permitir que a Helena se aproximasse dela — disse Henrique, direto, sem rodeios.
Eduardo largou a pasta sobre a mesa e soltou um suspiro cansado.
— Você sabe que não fui eu quem permitiu. Helena decidiu por conta própria. Quando percebi, já estavam almoçando.
— E mesmo assim você não interrompeu — rebateu Henrique, virando-se para encará-lo. — Marina pode ser mais perigosa do que pensávamos.
Eduardo se recostou na cadeira, esfregando o rosto.
— Então fala de uma vez. Você descobriu algo?
Henrique puxou uma pas