O silêncio da casa era quebrado apenas pelas risadas dos gêmeos, que brincavam animados, espalhando brinquedos pelo chão da sala. A ausência de Gael já se fazia sentir; viajara cedo, e por mais que tentasse afastar a preocupação, a sombra da distância estava ali, instalada em cada canto.
Sentada no tapete, ajudava Breno a encaixar peças de um brinquedo, quando passos ecoaram pelo corredor. O cenho franziu automaticamente. Não esperava ninguém. Charlotte e James sempre ligavam antes de aparecer, e Gael não mencionara visitas.
Dona Francisca surgiu na sala, os olhos cheios de desculpas mudas. Atrás dela, uma figura conhecida gelou o ambiente: Paulina.
O choque durou apenas alguns segundos. Respirei fundo, reunindo calma antes de perguntar:
— O que está fazendo aqui?
Um sorriso cínico brotou em seus lábios.
— Vim ver os meus filhos.
Aproximou-se dos meninos sem cerimônia, mas a reação não foi a que esperava. Breno começou a chorar, agarrando-se às próprias mãos como quem pedia socorro.
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