Capítulo 49

A noite parecia ter guardado em si o peso da tarde. O encontro com Paulina ainda reverberava dentro de mim, e por mais que tentasse distrair a mente com o riso dos meninos a inquietação não me abandonava. O céu, coberto de estrelas, me encarava como cúmplice mudo dos pensamentos que não ousava partilhar com ninguém.

Estava tão distraída que nem percebi dona Francisca ao meu lado. O olhar dela, sempre doce, trazia agora uma preocupação silenciosa.

— Está tarde, menina. — disse em tom baixo, quase maternal. — O que faz aí fora com esse sereno caindo?

Dei um sorriso pequeno, como quem tenta despistar, mas não consegui enganar aquela mulher que parecia ver através de mim.

— Precisava de ar. Só isso.

Ela se aproximou, puxando uma cadeira de ferro ao meu lado. Os olhos dela procuraram os meus com delicadeza, como quem pede permissão antes de tocar um assunto.

— Está bem, não é? — perguntou, mas não como quem espera uma resposta qualquer. Havia sinceridade na preocupação.

Assenti, embora a
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