O quarto permanecia mergulhado na penumbra suave depois do que havíamos acabado de compartilhar. O coração batia acelerado, não apenas pela intensidade dos instantes anteriores, mas pela expectativa do que viria em seguida.
“Há algo que preciso te contar.”
As palavras dele ecoavam como se carregassem um peso maior do que a própria voz. O corpo, ainda aquecido pelo toque, foi tomado por uma ansiedade difícil de controlar. Virei de lado, puxando o lençol até o peito, tentando decifrar no rosto dele qualquer pista sobre o que estava prestes a revelar.
— O que é, Gael? — a pergunta escapou com uma apreensão impossível de esconder.
Ele permaneceu em silêncio por alguns segundos que pareceram uma eternidade. A respiração era profunda, o olhar fixo em mim, como se buscasse coragem. Quando finalmente falou, a expectativa fez o ar prender nos pulmões.
— Vou precisar viajar. — disse, pausado. — Três dias, talvez um pouco mais.
Por um instante, o cérebro não assimilou. Aguardava uma revelação bo