Gael Lubianco
A noite havia se estendido mais do que o normal. O escritório estava silencioso, apenas o som distante do relógio marcando o tempo e me lembrando do quanto eu tinha permanecido ali, tentando colocar ordem em um turbilhão de compromissos que pareciam nunca cessar. Quando finalmente fechei o notebook, tudo o que me veio à mente foi ela, Leandra. Três dias desde aquele fim de tarde calmo à beira da piscina, onde tudo parecia em paz. Três dias em que o riso dos gêmeos enchia o ar e a presença dela deixava a casa viva. Sentia falta disso, daquela serenidade que só Leandra sabia trazer.
Peguei o celular e vi a mensagem dela mais cedo, simples e inquietante:
“Precisamos conversar.”
Desde então, algo no peito se revirava. Não havia nada explícito, mas o tom seco, contido, me deixara em alerta. Quando mandei mensagem perguntando o que havia acontecido, ela respondeu apenas:
“Mais tarde você saberá.”
Suspirei. Aquele tipo de resposta nunca significava coisa boa.
O trajeto até em c