Três dias se passaram desde aquele fim de tarde tranquilo à beira da piscina. Três dias em que o mundo parecia em harmonia, os gêmeos rindo, Gael mais presente, Charlotte radiante e, dentro de mim, o pequeno segredo crescendo em silêncio. Carregava comigo, na bolsa, a prova viva de tudo isso: o ultrassom. Uma imagem tão simples, mas que já significava o universo inteiro.
A manhã tinha começado calma. O sol entrava pela janela do quarto, espalhando uma luz dourada sobre o lençol branco. Sentei na beira da cama e toquei o ventre, sentindo um arrepio suave percorrer o corpo. Ainda não havia mudanças visíveis, mas cada batida do coração parecia sincronizada com a do pequeno ser que agora fazia parte de mim.
Tinha decidido que aquele seria o dia. Finalmente contaria a Gael. Havia imaginado o momento de tantas formas talvez durante o jantar, ou em um passeio no jardim. Pensava na expressão dele ao descobrir, nas lágrimas que, sem dúvida, surgiriam quando ouvisse que a família iria crescer.