As sirenes cortaram o silêncio da madrugada com um lamento agudo. Em minutos, o prédio estava cercado por viaturas e o som de botas ecoando no corredor substituiu a quietude pesada que tomava conta do apartamento. Dois policiais armados entraram primeiro, revistando o local. Em seguida, os paramédicos.
Soo-ah estava encolhida no sofá, em estado de choque. Seus olhos estavam fixos em um ponto qualquer, sem foco, como se sua alma estivesse fora do corpo. Eu a mantinha abraçada, tentando protegê-la do que já não tinha mais volta.
— Alguém pode me dizer o que aconteceu aqui? — perguntou um dos detetives, uma mulher, enquanto outros isolaram a cozinha com fitas amarelas e iniciavam os primeiros registros.
— Eu... nós acabamos de chegar do cinema. Estávamos com as crianças. O pai dela disse que não queria ir e ficou em casa. Quando voltamos, encontramos... isso — apontei em direção à cozinha, engolindo em seco.
— Os corpos estão frios — murmurou um dos paramédicos. — Morreram há algumas ho